quarta-feira, 2 de maio de 2012


AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM NOVO PARADIGMA

O professor precisa se convencer de que é um guia, um mediador, não um carrasco, e ter humildade para admitir o que diz CARL ROGERS: “Ninguém jamais ensinou nada a ninguém”. O aluno é o agente de sua própria aprendizagem. Nenhum professor sabe tudo! Ele deve ser grato às perguntas que o levam a descobrir as respostas juntamente com seus alunos.
O ano escolar vai iniciar professor e é chegado o momento de rever a nossa postura em sala de aula. O pouco conhecimento do processo de avaliação, a falta do domínio da tecnologia do próprio instrumental, a utilização da avaliação como um instrumento para o exercício do poder tem sido motivo de questionamentos entre professores e especialistas.

SERÁ QUE AVALIAMOS REALMENTE NOSSOS ALUNOS?
Por que avaliar? Como avaliar? O que avaliar? Só o aluno precisa ser avaliado? E eu como educador o que tenho feito para fazer uma auto avaliação da minha ação docente? O aluno realmente tem maturidade e conhecimento do processo para avaliar o professor? Que instrumental pode ser usado para coletar e registrar informações? O que deve ser feito com as informações obtidas? Este é o momento que você deve sentar com outros professores e discutir qual realmente foi sua postura no ano anterior.
As diferenças individuais se fazem presentes e se faz necessário averiguar em que extensão cada indivíduo atingiu o objetivo estabelecido no início do planejamento, tendo-se por parâmetro o próprio indivíduo, e não suas dimensões em relação ao grupo. A interação do educando com o grupo é fator primordial para que ocorra a aprendizagem. Não é fator preponderante, porém, para que se estabeleça um prognóstico avaliativo, sendo mesmo condenável estabelecer comparações do aluno com o grupo e não consigo próprio.
Então professor, avaliação jamais deve ser um processo comparativo do aluno com outro aluno. A avaliação é um processo individual e o crescimento do aluno deve sim, ser comparado com ele mesmo dentro de um processo continuo dinâmico e construtivo.
A avaliação dos resultados imediatos da aprendizagem deve ser expressa segundo nossa reflexão critica, por palavras que expressem amor, fé, incentivo, coragem, e não rótulos, agressões , muros, grilhões, prisões que impeçam o indivíduo de continuar aprendendo, criando, realizando, realizando-se.
A verificação dos resultados se processará através do maior número possível de testes, observações, registros, auto-avaliação, avaliação cooperativa, feedback constante e tudo mais que ocorrer ao professor que possa permitir um domínio do conhecimento pretendido.
Sempre ao final de cada aula professor, de cada unidade, alunos devem perguntar: O que aprendi hoje ou nesta semana? E o professor: O que ensinei? A partir das respostas se constatará se houve caminhada ou se houve estacionamento. Creio ser muito importante o professor se perguntar: Meu aluno aprendeu alguma coisa de útil? Meu aluno acrescentou um conhecimento novo a sua vida? Eu mudei alguma coisa? Meu aluno é capaz de mudar seu comportamento? Esse questionamento deve ser feito a cada "agora" e, temos certeza, só assim estará havendo investimento na educação para a vida, ou melhor, na vida.
O professor precisa se convencer de que é um guia, um mediador, não um carrasco, e ter humildade para admitir o que diz CARL ROGERS: "Ninguém jamais ensinou nada a ninguém". O aluno é o agente de sua própria aprendizagem. Nenhum professor sabe tudo! Ele deve ser grato às perguntas que o levam a descobrir as respostas juntamente com seus alunos.
O professor deve elogiar o aluno quando este estiver sucesso na aprendizagem, e demonstrar interesse pelo aluno que não logrou êxito, incentivando e dando liberdade para que com alternativas, buscar o resultado certo. Ao agir assim estará demonstrando interesse pelo aluno, e isto o gratificará. Todos precisam de alguém que demonstre interesse por eles e oportunidade para manifestar o sentimento de realização. O acerto é importante, mas o erro também. Muitas vezes aprendemos com os nossos erros. É preciso, no entanto, não cometer o mesmo erro duas vezes. Precisamos tirar vantagem de nossos erros, mas para isso é preciso estar livre para errar. O professor, marcando e criticando os erros, só estará reforçando-os. Sugerimos que destaque apenas os acertos e dê liberdade ao aluno de refazer as respostas em desacordo com os objetivos: só haverá realmente progresso se o aluno vir os resultados de seus esforços.
É preciso dizer menos a palavra NÃO em sala de aula. A autoimagem só será melhorada se houver autoestima, se o professor orientar o aluno para que seus esforços redundem em êxito. A reprovação constante é a responsável pelo fracasso e evasão escolar. Nenhum grande cientista fez suas descobertas sem ter antes fracassado em centenas, talvez milhares de experimentos.
É preciso acreditar no potencial do aluno e dar-lhe liberdade para aprender. Se o sábio italiano Galileu Galilei, no século XVI, desacreditado por seus colegas da Universidade de Pisa, não os desafiasse deixando cair dois corpos da Torre inclinada de Pisa, provando que uma pedra pesada e uma leve caíam no mesmo intervalo de tempo, não teríamos o marco que deu inicio á física moderna.
É preciso ter bem presente que problemas como dificuldade de aprendizagem, assimilação de conteúdos, timidez, medo do professor, dos pais, insônia causada pelos instrumentos de avaliação podem ser resolvidos se a linguagem da comunicação, tanto do sucesso como do insucesso escolar, for adequadamente usada. Não estou me referindo ao uso de pensamento positivo, embora não tenha nada contra. Estou tentando enfatizar, isto sim, a necessidade de o educador conhecer e utilizar uma tecnologia de comunicação capaz de resultados condizentes com o seu comprometimento como profissional da educação. Há professores que se orgulham de serem raladores.
Outros, ao contrário de só atribuírem o grau máximo. Nenhuma das posições expressa a realidade. Deveriam se orgulhar, isto sim, de serem humanos e competentes em suas atribuições.
Enquanto a avaliação permanecer atrelada a uma pedagogia ultrapassada, a desistência ao estudo permanecerá, e o aluno, o cidadão, o povo brasileiro continuará escravo de uma elite intelectual, voltada para os valores da matéria, a ditadura, fruto de uma democracia opressora.

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