1) Tente
se perguntar, porque essas situações acontecem e nos descreva a sua percepção a
respeito.
Sabemos que a inclusão é um processo
desenvolvido no sistema educacional, que busca atender aos estudantes
portadores de necessidades especiais, proporcionando-lhes o acesso às classes
comuns, visando o seu desenvolvimento juntos a outros alunos. Mas esse sistema
educacional na prática tem outra dimensão, pois nem todas as escolas e
profissionais da área respeitam
esse novo modelo escolar, nem sempre se
sentem aptos a receberem alunos que
tenham alguma deficiência. Telles (1992) ao discutir essa questão coloca que o
Brasil “é certamente o retrato de uma
sociedade que não consegue universalizar direitos e enraizar a cidadania nas
práticas sociais”. Para a autora a persistente pobreza no Brasil é “um enigma” que só se explica tendo em
vista a denegação dos direitos sociais existentes nas relações sociais e “no modo como os efeitos igualitários da lei
são desfeitos ou anulados pelo reiterado desreconhecimento do outro como
sujeito de direitos legítimos”. (TELLES, 1992, p. 5-6)
No entanto, acredito que um dos maiores fatores
que contribui com exclusão das crianças com deficiência hoje nas escolas
regulares, seria o fato das escolas constituírem instrumento de reprodução da
cultura dominante de desigualdade. Outro fator também que contribui com as
dificuldades encontradas pelas mães de aluno com necessidades especiais na hora
de realizar sua matrícula em uma escola comum, seria a ideia de que eles
precisem estudar em uma escola apenas para crianças especiais, seja deixando-os
fora da inclusão, como forma de ajudá-los. Porém, na verdade pensar assim
significa excluir, ou tirar o direito desses alunos de se desenvolverem e de
relacionarem com crianças que não tenham necessidades educacionais especiais. A
despreparação por parte de muitos profissionais e a falta de investimentos nas
escolas atuais tem servido de argumentos para não aceitação desse novo modelo
escolar, seja para que realmente a inclusão seja posta em prática. É preciso transformar um sistema educacional
por meio de mudanças de valores, crenças, de ideias e de práticas pedagógicas e
sociais.
A inclusão de crianças com necessidades
educativas especiais tem causado um grande impacto no meio escolar, nas
instituições especializadas e entre os pais dos alunos com e sem dificuldades
educativas especiais. Isso vem causando muita duvida, e vem sendo uma das
razões da dificuldade de implementação de ações em favor da criação de uma
escola mais justa, que ofereça oportunidade e qualidade para todos (CAPUTO e
FERREIRA, 2000).
Portanto, é necessário identificar o problema, fornecer
soluções, e o mais importante é o comprometimento dos educadores em fazer a
diferença e realmente fazer a inclusão, usando de recursos físicos e os meios
materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade.
Devem dar prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação
na Escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de
se processar a aprendizagem. Para tanto, os alunos com
necessidades especiais educacionais incluídos
deverão ter garantido seu espaço e oportunidade como qualquer outro
aluno que não tenha o mesmo problema.
2) Escolha pelo menos duas das perguntas feitas abaixo do diálogo e
descreva como você se colocaria frente a elas.
OBSERVE ESSE DIÁLOGO
Mãe
para a moça da secretaria: "Moça eu quero matricular o meu filho"
Moça
da secretaria olhando a criança da cabeça aos pés:
Essa criança ouve? Ela fala? Enxerga? Sabe
comer só? Pode andar? Vai ao banheiro sozinho?
Mãe
para a moça: "O nome dele é Pedro, tem nove anos ouve e enxerga bem, tem
problemas de fala e precisa de ajuda para andar, comer e ir ao banheiro. O meu
filho tem paralisia cerebral porque demorou a nascer, mas ele não é retardado
mental não".
Moça
para a mãe: "Olhe, a senhora volte amanhã pra falar com a diretora, hoje
ela não está aqui”.
Mãe:
"Moça, eu já estive em outras escolas antes dessa, estou cansada de ouvir
desculpas, é a diretora que não está não tem professor, ou não tem vaga".
Moça
da secretaria: “A senhora precisa voltar amanhã para falar com a diretora, isso
não significa que não há vaga para a sua criança”. “A diretora faz questão de
atender pessoalmente as crianças que têm algum tipo de necessidade
especial".
PERGUNTAS
Você já presenciou a
negação de vagas para crianças com deficiência na sua escola?
Na verdade nunca presenciei um fato tão
desonesto assim, mas infelizmente conheço pessoas na área da educação que
trabalha com crianças com necessidades educacionais especiais, e que as
mesmas comentam sobre a responsabilidade que é ensinar uma criança com essas
necessidades. Já ouvi dos profissionais
que é uma perca de tempo insistir com essas crianças na escola comum, que na
verdade eles deveriam estudar em uma escola especial, isto é, acredito que
esses profissionais estão excluindo e não abraçando a inclusão social. Acho uma
falta de respeito e de profissionalismo por parte deles. Porém, esses
profissionais deveriam procurar se capacitar, pois o problema está na sua falta
de conhecimento quanto ao novo modelo educacional, e não na aprendizagem
demorada desses alunos.
Se já presenciou qual
foi a sua atitude?
Eu não presenciei esse tipo de preconceito nas
escolas. Mas se presenciasse, eu como futuro educador ofereceria ajuda para a pessoa
com necessidades especiais e com certeza iria orienta-lo quanto aos seus
direitos de estudar em uma escola comum.
Ficou calada afinal
essa criança poderia vir para você "cuidar"
Não ficaria
calada em uma situação dessas, mesmo sabendo que uma criança com essas
necessidades venha ser meu aluno um dia. Pois no momento estou sendo preparada para
exercer minha profissão com eficiência, hoje tenho conhecimento quanto aos
direitos sociais das pessoas, seja ela com deficiência ou não.
Ou aproveitou para
conversar com os seus colegas sobre a necessidade de dar continuidade à sua
formação para melhor atender as necessidades especiais de aprendizagem da
criança com deficiência?
Sim, aconselho a todos os colegas que vão
enfrente, tentem ser melhor possível em suas atuações, pois só assim poderemos
tornar um mundo melhor e democrático, respeitando e ajudando no desenvolvimento
educacional do nosso país.
Converso sempre com meus colegas que já são
professores que a inclusão escolar é importante, mas não está tendo o cuidado
devido. Muitas crianças estão sendo “incluídas”, mas sem a preparação adequada
de toda a sociedade, Governo, família e da própria criança, por isso temos que
fazer nossa parte com muito amor.
“Somos diferentes, mas
não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vidas só precisam ser
acrescidas de recurso especiais”.
Peça de Teatro “Vozes
da Consciência”, BH
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