quarta-feira, 2 de maio de 2012

“A situação da criança com deficiência, as dificuldades que enfrenta na busca de oportunidades que na verdade, deveria ter por direito”.


1Tente se perguntar, porque essas situações acontecem e nos descreva a sua percepção a respeito.
Sabemos que a inclusão é um processo desenvolvido no sistema educacional, que busca atender aos estudantes portadores de necessidades especiais, proporcionando-lhes o acesso às classes comuns, visando o seu desenvolvimento juntos a outros alunos. Mas esse sistema educacional na prática tem outra dimensão, pois nem todas as escolas e profissionais da área respeitam esse novo modelo escolar, nem sempre se sentem aptos a receberem alunos que tenham alguma deficiência. Telles (1992) ao discutir essa questão coloca que o Brasil “é certamente o retrato de uma sociedade que não consegue universalizar direitos e enraizar a cidadania nas práticas sociais”. Para a autora a persistente pobreza no Brasil é “um enigma” que só se explica tendo em vista a denegação dos direitos sociais existentes nas relações sociais e “no modo como os efeitos igualitários da lei são desfeitos ou anulados pelo reiterado desreconhecimento do outro como sujeito de direitos legítimos”. (TELLES, 1992, p. 5-6)
No entanto, acredito que um dos maiores fatores que contribui com exclusão das crianças com deficiência hoje nas escolas regulares, seria o fato das escolas constituírem instrumento de reprodução da cultura dominante de desigualdade. Outro fator também que contribui com as dificuldades encontradas pelas mães de aluno com necessidades especiais na hora de realizar sua matrícula em uma escola comum, seria a ideia de que eles precisem estudar em uma escola apenas para crianças especiais, seja deixando-os fora da inclusão, como forma de ajudá-los. Porém, na verdade pensar assim significa excluir, ou tirar o direito desses alunos de se desenvolverem e de relacionarem com crianças que não tenham necessidades educacionais especiais. A despreparação por parte de muitos profissionais e a falta de investimentos nas escolas atuais tem servido de argumentos para não aceitação desse novo modelo escolar, seja para que realmente a inclusão seja posta em prática.  É preciso transformar um sistema educacional por meio de mudanças de valores, crenças, de ideias e de práticas pedagógicas e sociais.
A inclusão de crianças com necessidades educativas especiais tem causado um grande impacto no meio escolar, nas instituições especializadas e entre os pais dos alunos com e sem dificuldades educativas especiais. Isso vem causando muita duvida, e vem sendo uma das razões da dificuldade de implementação de ações em favor da criação de uma escola mais justa, que ofereça oportunidade e qualidade para todos (CAPUTO e FERREIRA, 2000).
Portanto, é necessário identificar o problema, fornecer soluções, e o mais importante é o comprometimento dos educadores em fazer a diferença e realmente fazer a inclusão, usando de recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade. Devem dar prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação na Escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se processar a aprendizagem. Para tanto, os alunos com necessidades especiais educacionais incluídos  deverão ter garantido seu espaço e oportunidade como qualquer outro aluno que não tenha o mesmo problema.

2) Escolha pelo menos duas das perguntas feitas abaixo do diálogo e descreva como você se colocaria frente a elas.
OBSERVE ESSE DIÁLOGO
Mãe para a moça da secretaria: "Moça eu quero matricular o meu filho"
Moça da secretaria olhando a criança da cabeça aos pés:
 Essa criança ouve? Ela fala? Enxerga? Sabe comer só? Pode andar? Vai ao banheiro sozinho?
Mãe para a moça: "O nome dele é Pedro, tem nove anos ouve e enxerga bem, tem problemas de fala e precisa de ajuda para andar, comer e ir ao banheiro. O meu filho tem paralisia cerebral porque demorou a nascer, mas ele não é retardado mental não".
Moça para a mãe: "Olhe, a senhora volte amanhã pra falar com a diretora, hoje ela não está aqui”.
Mãe: "Moça, eu já estive em outras escolas antes dessa, estou cansada de ouvir desculpas, é a diretora que não está não tem professor, ou não tem vaga".
Moça da secretaria: “A senhora precisa voltar amanhã para falar com a diretora, isso não significa que não há vaga para a sua criança”. “A diretora faz questão de atender pessoalmente as crianças que têm algum tipo de necessidade especial".
PERGUNTAS
Você já presenciou a negação de vagas para crianças com deficiência na sua escola?
Na verdade nunca presenciei um fato tão desonesto assim, mas infelizmente conheço pessoas na área da educação que trabalha com crianças com necessidades educacionais especiais, e que as mesmas comentam sobre a responsabilidade que é ensinar uma criança com essas necessidades. Já ouvi dos  profissionais que é uma perca de tempo insistir com essas crianças na escola comum, que na verdade eles deveriam estudar em uma escola especial, isto é, acredito que esses profissionais estão excluindo e não abraçando a inclusão social. Acho uma falta de respeito e de profissionalismo por parte deles. Porém, esses profissionais deveriam procurar se capacitar, pois o problema está na sua falta de conhecimento quanto ao novo modelo educacional, e não na aprendizagem demorada desses alunos.
Se já presenciou qual foi a sua atitude?
Eu não presenciei esse tipo de preconceito nas escolas. Mas se presenciasse, eu como futuro educador ofereceria ajuda para a pessoa com necessidades especiais e com certeza iria orienta-lo quanto aos seus direitos de estudar em uma escola comum.
Ficou calada afinal essa criança poderia vir para você "cuidar"
Não ficaria calada em uma situação dessas, mesmo sabendo que uma criança com essas necessidades venha ser meu aluno um dia. Pois no momento estou sendo preparada para exercer minha profissão com eficiência, hoje tenho conhecimento quanto aos direitos sociais das pessoas, seja ela com deficiência ou não.
Ou aproveitou para conversar com os seus colegas sobre a necessidade de dar continuidade à sua formação para melhor atender as necessidades especiais de aprendizagem da criança com deficiência?
Sim, aconselho a todos os colegas que vão enfrente, tentem ser melhor possível em suas atuações, pois só assim poderemos tornar um mundo melhor e democrático, respeitando e ajudando no desenvolvimento educacional do nosso país.
Converso sempre com meus colegas que já são professores que a inclusão escolar é importante, mas não está tendo o cuidado devido. Muitas crianças estão sendo “incluídas”, mas sem a preparação adequada de toda a sociedade, Governo, família e da própria criança, por isso temos que fazer nossa parte com muito amor.

“Somos diferentes, mas não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vidas só precisam ser acrescidas de recurso especiais”.
                         Peça de Teatro “Vozes da Consciência”, BH

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