quarta-feira, 2 de abril de 2014


                                    
                                       FICHAMENTO DO PCN DE CIÊNCIAS NATURAIS



Leilany Campos Barreto



B823p Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC / SEF, 1998.138 p.
1. Parâmetros curriculares nacionais. 2. Ciências Naturais: Ensino de quinta a oitava séries. I. Título. CDU: 371.214.








PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

TERCEIRO E QUARTO CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
1 - CIÊNCIAS NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL
1.1  - OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
1.1.1 - Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:
§  Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
§  Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
§  Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país;
§  Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
§  Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
§  Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
§  Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
§  Utilizar as diferentes linguagens verbais, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
§  Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;
§  Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
1.2 - OBJETIVOS GERAIS DE CIÊNCIAS NATURAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
1.2.1        - O ensino de Ciências Naturais deverá então se organizar de forma que, ao final do ensino fundamental, os alunos tenham desenvolvido as seguintes capacidades:
1.2.2        - Capacidades ao final do ensino fundamental:
§  Natureza como um todo;
§  Conhecimento científico – tecnológico – condições de vida;
§  Questionar, diagnosticar e solucionar;
§  Utilizar conceitos científicos;
§  Valorizar o trabalho grupal;
§  Saúde como bem individual e comum.

1.3      - CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL
1.3.1        - Conteúdos:
  • Blocos temáticos;
  • Assuntos não isolados;
  • Organizado e flexível;
  • Importância local;
  • Conceitos, procedimentos e atitudes centrais.

1.3.2        - Critérios de seleção de conteúdos

1.3.2.1  - Reconhecida a complexidade das Ciências Naturais e da Tecnologia, é preciso aproximá-las da compreensão do estudante, favorecendo seu processo pessoal de constituição do conhecimento científico e de outras capacidades necessárias à cidadania.
  • Devem se construir em fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores compatíveis com o nível de desenvolvimento intelectual do aluno;
  • Devem favorecer a construção de uma visão de mundo;
  • Devem ser relevantes do ponto de vista social.
1.3.2.2 - Esses critérios, utilizados nas seleções dos conteúdos dos eixos temáticos, também serão úteis para o professor organizador de currículos e planos de ensino, ao decidir sobre que perspectivas, enfoques e assuntos trabalharem em sala de aula.
1.4 - EIXOS TEMÁTICOS
1.4.1 - Os eixos temáticos representam uma organização articulada de diferentes conceitos, procedimentos, atitudes e valores para cada um dos ciclos da escolaridade, compatível com os critérios de seleção acima apontados.
1.4.2 - Os eixos temáticos foram elaborados de modo a ampliar as possibilidades de realização destes Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais, com o estabelecimento, na prática de sala de aula, de diferentes sequencias de conteúdos internas aos ciclos;
1.4.3 - O tratamento de conteúdos em diferentes situações locais e o estabelecimento das várias conexões: entre conteúdos dos diferentes eixos temáticos, entre esses e os temas transversais e entre todos eles e as demais áreas do ensino fundamental.
1.4.4 - Blocos Temáticos
  • Ambiente (1º, 2º, 3º e 4º ciclos).
  • Ser humano e saúde (1º, 2º, 3º e 4º ciclos).
  • Recursos tecnológicos (1º, 2º, 3º e 4º ciclos).
  • Terra e universo (3º e 4º ciclos).
1.4.4.1 - Ambiente
  • Banalização;
  • Conceitos e aquisições não seguras;
  • Relações recíprocas entre sociedade e ambiente;
  • Meio ambiente (tema transversal): ciências naturais e humanas.
1.4.4.1.1 - Não basta ensinar que não se deve jogar lixo nas ruas ou que é necessário não desperdiçar água, mas sim informar sobre as implicações ambientais dessa informação.
1.4.4.2 - Ser humano e Saúde
§  Compreender relações fisiológicas e anatômicas;
§  Necessidades biológicas, afetivas, sociais e culturais;
§  Ciclo vital X aspectos sócio – culturais;
§  Reprodução humana.
1.4.4.3 - Recursos tecnológicos
  • Transformação dos recursos energéticos e materiais em produtos necessários à vida humana;
  • Necessidade de formar alunos capacitados para compreender e utilizar recursos tecnológicos.
1.5  - TEMAS TRANSVERSAIS E CIÊNCIAS NATURAIS
1.5.1 - A proposta de trabalhar questões de relevância social na perspectiva transversal aponta para compromisso a ser partilhado por professores de todas as áreas, uma vez que é preciso enfrentar os constantes desafios de uma sociedade, que se transforma e exige continuamente dos cidadãos a tomada de decisões, em meio a uma complexidade social crescente.
1.5.2 - Em Ciências Naturais, os temas transversais destacam a necessidade de dar sentido prático às teorias e aos conceitos científicos trabalhados na escola e de favorecer a análise de problemas atuais. Por um lado, os estudantes utilizam conhecimentos científicos para compreender questões atuais que afetam a sua própria vida e a do planeta, como os aditivos alimentares ou a chuva ácida; por outro lado, questões diretamente relacionadas à Ciência e a Tecnologia, como a utilização de energia nuclear ou a clonagem de mamíferos, necessitam ser consideradas por diferentes pontos de vista, além daqueles apresentados pelos cientistas.
1.6 - CIÊNCIAS NATURAIS NOS TERCEIRO E QUARTO CICLOS
1.6.1 - Ciências Naturais no terceiro ciclo
1.6.1.1 - A partir do terceiro ciclo, e principalmente no quarto ciclo, o aluno vive a juventude, podendo ampliar a participação em seu meio social e desenvolvendo uma atitude crítica que dirige tanto às relações pessoais como a outros aspectos de sua vida cultural e afetiva.
1.6.1.2 - Os alunos do terceiro ciclo, comparados aos do ciclo anterior, geralmente ampliaram o domínio sobre a linguagem escrita e falada.
1.6.1.3 - Para o terceiro ciclo, são especialmente interessantes atividades que desenvolvam participação oral, com debates, dramatizações, entrevistas e exposições espontâneas ou preparadas entre outros.
1.6.1.4 - Fundamental o professor ouvir de seus alunos quais os significados pessoais que dão para o que estão estudando;
1.6.1.5 - Neste ciclo é interessante a abordagem de aspectos da história das ciências e história das invenções tendo em perspectiva, por um lado, oferecer informações e condições de debate sobre relações entre ciência, tecnologia e sociedade e, por outro, chamar a atenção para características que constituem a natureza das ciências que os próprios alunos estão vivenciando em atividades de ensino.
1.6.1.5.1 -  O aluno vive uma juventude desenvolvendo uma atitude crítica.
 1.6.1.5.2 - O professor deve abrir ao diálogo.
1.6.1.5.3 - Colocar os alunos em interação social e cognitiva.
1.6.1.5.4 - O professor deve realizar ensino ativo, desafiador e atualizado.

1.7 - OBJETIVOS
1.7.1 - Os temas de estudo e as atividades de Ciências Naturais devem ser organizados para que os alunos ganhem progressivamente as seguintes capacidades:
§  Reconhecer que a humanidade sempre se envolveu com o conhecimento da natureza e que a Ciência, uma forma de desenvolver este conhecimento, relaciona-se com outras atividades humanas;
§  Valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes aos membros da sua comunidade;
§  Valorizar o cuidado com o próprio corpo, com atenção para o desenvolvimento da sexualidade e para os hábitos de alimentação, de convívio e de lazer;
§  Elaborar, individualmente e em grupo, relatos orais e outras formas de registros acerca do tema em estudo, considerando informações obtidas por meio de observação, experimentação, textos ou outras fontes;
§  Confrontar as diferentes explicações individuais e coletivas, inclusive as de caráter histórico, para reelaborar suas ideias e interpretações;
§  Valorizar a vida em sua diversidade e a conservação dos ambientes;
§  Elaborar perguntas e hipóteses, selecionando e organizando dados e ideias para resolver problemas;
§  Caracterizar as condições e a diversidade de vida no planeta Terra em diferentes espaços, particularmente nos ecossistemas brasileiros;
§  Interpretar situações de equilíbrio e desequilíbrio ambiental relacionando informações sobre a interferência do ser humano e a dinâmica das cadeias alimentares;
§  Identificar diferentes tecnologias que permitem as transformações de materiais e de energia necessárias a atividades humanas essenciais hoje e no passado;
§  Compreender a alimentação humana, a obtenção e a conservação dos alimentos, sua digestão no organismo e o papel dos nutrientes na sua constituição e saúde.

1.8 - CONTEÚDOS
1.8.1 - Os textos seguintes buscam explicitar os alcances dos conteúdos em cada eixo temático, apontando possíveis conexões entre eixos e com os temas transversais, tendo também o tratamento didático em perspectiva.
1.8.2 - Diferentes temas e problemas poderão ser escolhidos para a composição de planos de trabalho.
§  Terra e Universo - No terceiro ciclo, os estudos neste eixo temático ampliam a orientação espaço temporais do aluno, a conscientização dos ritmos de vida, e propõem a elaboração de uma concepção do Universo, com especial enfoque no Sistema Terra-Sol-Lua.
§  Vida e Ambiente - No terceiro ciclo, os estudos neste eixo temático podem proporcionar ao estudante a ampliação de conhecimentos sobre os ambientes e seus problemas, sobre os seres vivos, entre eles os seres humanos, e as condições para a vida. Busca-se uma melhor compreensão do fenômeno único da vida na Terra e a abordagem de estudos também apontados e ampliados no tema transversal Meio ambiente, como os ciclos naturais e o manejo ambiental.
§  Ser Humano e Saúde - A compreensão do corpo como um todo e da saúde humana, integrados pelas dimensões orgânica, ambiental, psíquica e sociocultural, é importante perspectiva deste eixo temático.
§  Tecnologia e Sociedade - Ao longo do terceiro ciclo podem ser aprendidos os princípios operativos dos equipamentos, aparelhos, sistemas e processos de natureza tecnológica, especialmente aqueles presentes na vida doméstica e social dos alunos, de maneira mais ampla e mais elaborada.
1.9 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA O TERCEIRO CICLO
1.9.1 - O processo amplo de avaliação envolve muitos outros fatores além desses critérios e estão discutidos na primeira parte deste documento e no documento de Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
1.9.2 - Cada critério pode orientar avaliações das diferentes dimensões dos conteúdos, mas, ao utilizá-lo como subsídio, deve-se adequá-los para a situação concreta de sala de aula, considerando-se quais conceitos, procedimentos e atitudes foram efetivamente discutidos e promovidos.
§  Descrever cadeia alimentar de determinado ambiente, a partir de informações previamente discutidas, identificando os seres vivos que são produtores, consumidores e decompositores e avaliar como se dá a intervenção do ser humano nesse ambiente, reconhecendo ou supondo as necessidades humanas que mobilizam as transformações e prevendo possíveis alterações.
1.9.3 - A tomada de posição sobre questões discutidas em sala de aula pode ser recuperada, e procedimentos de obtenção e organização de informações podem ser reconhecidos nos diferentes momentos do processo.
§  Descrever os movimentos do Sol, da Lua e das estrelas em relação ao horizonte, localizando os pontos cardeais durante o dia e à noite, mediante expressão oral, produção de texto ou desenhos com legenda.
1.9.4 - Os procedimentos utilizados nesses estudos podem ser recuperados e questionados em situação de avaliação, perguntando-se, por exemplo, sobre a seqüência de etapas de um determinado estudo.
§  Caracterizar ecossistema relevante na região onde vive, descrevendo o clima, o solo, a disponibilidade de água e suas relações com os seres vivos, identificados em diferentes hábitats e em diferentes níveis na cadeia alimentar.
1.9.5 - Tendo realizado estudos sistemáticos acerca de um ecossistema relevante, os estudantes deverão ser capazes de reconhecer características básicas relativas aos diferentes componentes. Utilizando este critério, é interessante que a situação de avaliação recupere as discussões de valores e procedimentos efetuados em sala.
§  Reconhecer diferentes fontes de energia utilizadas em máquinas e em outros equipamentos e as sequencias das transformações que tais aparelhos realizam, discutindo sua importância social e histórica.
1.9.6 - Avaliam-se, também, as relações que os estudantes estabelecem entre o uso de máquinas e as necessidades humanas, hoje ou no passado, por exemplo, por meio da interpretação de narrativas reais ou ficcionais.
§  Reconhecer transformações de matéria em processos de produção de alimentos artesanais ou industriais, ou outro processo que tenha investigado, identificando a preparação ou separação de misturas, descrevendo as atividades humanas envolvidas e avaliando vantagens ou problemas ligados ao ambiente e ao conforto.
1.9.7 - A tomada de posição sobre questões discutidas em sala de aula pode ser recuperada, e procedimentos de obtenção e organização de informações podem ser reconhecidos nos diferentes momentos do processo.
§  Participar de debates coletivos para a solução de problemas, colocando suas ideias por escrito ou oralmente e reconsiderando sua opinião em face de evidências obtidas por diversas fontes de informação.
1.9.8 - Com este critério, pretende-se avaliar se os estudantes, individualmente ou em grupo, são capazes de reconsiderar sua opinião inicial, avançando os conhecimentos sobre um tema em estudo. Tal critério pode ser utilizado em conjunto com outro deste rol de sugestões, e é aplicável a conteúdos conceituais, mas também a situações que envolvem a apreciação crítica de atitudes e valores.
§  Elaborar dieta balanceada para seu próprio consumo, descrevendo o aspecto cultural presente em sua alimentação, explicando a digestão dos alimentos e a nutrição do corpo.
1.9.9 - Após ter estudado a alimentação e a digestão, os estudantes deverão ser capazes de avaliar e propor cardápios, especialmente para si próprio e explicar o processo de digestão dos alimentos, considerando a absorção dos nutrientes e sua distribuição para todos os tecidos.
§  Descrever as etapas do ciclo menstrual e o caminho dos espermatozoides na ejaculação para explicar a possibilidade de gravidez e a disseminação de AIDS na ausência de preservativos.
1.10 - CIÊNCIAS NATURAIS NO QUARTO CICLO
1.10.1 - No 4º ciclo de Ciências Naturais, é importante orientar a classe para aquisição dos objetivos e conteúdos mais amplos e complexos.
1.10.2 - A aprendizagem dos conteúdos pode ser bastante ampliada, levando-se em conta a maior capacidade de raciocínio da turma.
1.10.3 - É possível contar com a maior naturalidade intelectual dos estudantes, que estabelecem relações mais complexas de detalhadas entre diferentes elementos em estudo, amplamente as praticas de analise e síntese.
1.10.4 - O professor
§  Mostra a ciência como elaboração humana para entender o mundo;
§  É necessário favorecer a postura reflexiva e investigativa do estudante, colaborando para a construção da autonomia de pensamentos e de ações;
§  O ensino de ciências Naturais não pode ser voltado para um futuro distante, mas procurar exemplos visíveis e palpáveis no momento;
§  Conhecer ciências é ampliar a possibilidade de participação social e desenvolvimento mental e, assim, capacitar o aluno a exercer desde já seu papel de cidadão do mundo.
1.10.5 - OBJETIVOS
1.10.5.1 - As atividades e os temas de estudo de Ciências Naturais devem ser organizados para que os estudantes ganhem progressivamente as seguintes capacidades:
§  Compreender e exemplificar como as necessidades humanas, de caráter social, prático ou cultural, contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico ou, no sentido inverso, beneficiam-se desse conhecimento;
§  Compreender as relações de mão dupla entre o processo social e a evolução das tecnologias, associadas à compreensão dos processos de transformação de energia, dos materiais e da vida;
§  Valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes aos membros da sua comunidade;
§  Confrontar as diferentes explicações individuais e coletivas, reconhecendo a existência de diferentes modelos explicativos na Ciência, inclusive de caráter histórico, respeitando as opiniões, para reelaborar suas ideias e interpretações;
§  Elaborar individualmente e em grupo relatos orais, escritos, perguntas e suposições acerca do tema em estudo, estabelecendo relações entre as informações obtidas por meio de trabalhos práticos e de textos, registrando suas próprias sínteses mediante tabelas, gráficos, esquemas, textos ou maquetes;
§  Compreender como as teorias geocêntrica e heliocêntrica explicam os movimentos dos corpos celestes, relacionando esses movimentos a dados de observação e à importância histórica dessas diferentes visões;
§  Caracterizar as transformações tanto naturais como induzidas pelas atividades humanas, na atmosfera, na litosfera, na hidrosfera e na biosfera, associadas aos ciclos dos materiais e ao fluxo de energia na Terra, reconhecendo a necessidade de investimento para preservar o ambiente em geral e, particularmente, em sua região;
§  Compreender o corpo humano e sua saúde como um todo integrado por dimensões biológicas, afetivas e sociais, relacionando a prevenção de doenças e promoção de saúde das comunidades a políticas públicas adequadas;
§  Compreender as diferentes dimensões da reprodução humana e os métodos anticoncepcionais, valorizando o sexo seguro e a gravidez planejada.
1.11 - CONTEÚDOS
1.11.1 - Terra e Universo
§  Terra e universo realizar observações fomentando a explicitação das ideias intuitivas. Compreender o universo, projetando-se para além do horizonte terrestre. Construir a ideia da dinâmica da terra.
1.11.2 - Vida e Ambiente
§  Vida e ambiente a questão ambiental, envolvendo vários aspectos;objetivo deste eixo;diferentes temas de trabalho;
1.11.3 - Ser humano e Saúde
§  Ser humano e saúde compreender o corpo como um todo integrado, não como somatório de partes. Reconhecer as noções trazidas pelo aluno interpretá-las, valorizá-las e combater equívocos.
1.11.4 - Ser humano e saúde desenvolvimento de atitudes de respeito pelas diferenças individuais, de apreço pelo próprio corpo e de autoestima, por meio do autoconhecimento, em conexão com saúde.
1.11.5 - Tecnologia e Sociedade
§  Tecnologia e Sociedade o estudo da tecnologia é pequeno nas escolas fundamentais; objetivos; diferentes temas de trabalho.
1.12 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA O QUARTO CICLO
1.12.1 - Os critérios de avaliação estão referenciados nos objetivos, mas, como se pode notar, não coincidem integralmente com eles. Os objetivos são metas, balizam e orientam o ensino, indicam expectativas quanto ao desenvolvimento de capacidades pelos estudantes ao longo de cada ciclo.
1.12.2 - Cada critério pode orientar avaliações das diferentes dimensões dos conteúdos, mas, ao utilizá-lo como subsídio, deve-se adequá-los para a situação concreta de sala de aula, considerando-se quais conceitos, procedimentos e atitudes foram efetivamente discutidos e promovidos.
§  Utilizar, individual e coletivamente, diferentes fontes de informação para buscar dados e explicações sobre um tema em estudo, propondo sínteses e comparando o valor relativo das diferentes fontes.
1.12.3 - Com esse critério pretende-se indicar a importância de os estudantes do quarto ciclo possuírem certa autonomia na busca de informações em fontes variadas, sabendo apreciar a importância de utilização de diferentes fontes para a composição de um quadro mais geral de um tema, e reconhecendo que cada fonte (experimento, enciclopédia, artigo de jornal e revista etc.) tem uma contribuição diferente para sua própria síntese.
§  Comparar as teorias geocêntrica e heliocêntrica em relação aos movimentos dos corpos celestes, reconhecendo as diferentes concepções de Universo e sua importância histórica.
1.12.4 - A partir de observações diretas, leituras e representação do modelo heliocêntrico de Sistema Solar em desenhos proporcionais ou maquetes, deseja-se que os estudantes possam reconhecer as rupturas necessárias à concepção de novos modelos.
§  Interpretar processo de recuperação ou de degradação em ambiente da sua região ou em local distante, utilizando conhecimentos sobre exploração de recursos naturais e interferência do ser humano nos ciclos naturais.
1.12.5 - Utilizando notícias divulgadas na mídia e dados de observação direta sobre ocupação urbana desordenada, desmatamento, inundação ou outros problemas ambientais, os estudantes devem interpretar a interferência do ser humano no meio próximo ou distante, utilizando conhecimentos sobre o ciclo de materiais e o fluxo de energia. Também deverão considerar processos de produção, distribuição e transformação de materiais, substâncias e energia, aplicando conceitos científicos e reconhecendo procedimentos utilizados para esses estudos.
§  Situar o surgimento da Terra, da água, da atmosfera oxigenada, de grupos de seres vivos e outros eventos significativos em escala temporal para representar a história do planeta.
1.12.6 - A partir de leituras e da elaboração de escalas de tempo, deseja-se que os estudantes possam situar o surgimento da Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos, dos primeiros seres vivos há 3,5 bilhões de anos e a maioria dos grupos de seres vivos a partir de 600 milhões de anos atrás.
§  Reconhecer relações entre as funções de nutrição, as reguladoras e as reprodutivas no organismo humano, tanto no seu funcionamento normal como em situações de risco.
1.12.7 - O funcionamento normal do organismo e suas alterações em situações de risco (abuso de drogas, sexo sem preservativos, violência, automedicação e alimentação inadequada) devem ser explicados pelos estudantes, utilizando conhecimentos sobre as funções de nutrição, de regulação e reprodutivas. A discussão sobre atitudes e valores pode ser recuperada, e procedimentos de obtenção e organização de informações podem ser reconhecidos nos diferentes momentos do processo.
§  Comparar exemplos de utilização de tecnologias em diferentes situações culturais, avaliando o papel da tecnologia no processo social e explicando as transformações de matéria, energia e vida.
1.12.8 - A tomada de posição sobre questões discutidas em sala de aula pode ser recuperada, e procedimentos de obtenção e organização de informações podem ser reconhecidos nos diferentes momentos do processo. Conhecimentos conceituais particularmente tratados também devem ser avaliados.
§  Em situações coletivas, participar de debates para a solução de problemas, colocando suas ideias e reconsiderando sua opinião em face de evidências obtidas por diferentes fontes de informação, inclusive de caráter histórico, elaborando sínteses como conclusão de trabalhos.
1.13 - ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS PARA TERCEIRO E QUARTO CICLOS
1.13.1 - Com a finalidade de subsidiar o educador, tanto para a elaboração de planejamentos quanto para a condução do processo de aprendizagem de seus estudantes, este documento aborda orientações didáticas gerais para o planejamento de unidades e projetos, visando à integração de conteúdos por meio de temas de trabalho, para a intervenção problematizadora, para a busca de informações em fontes variadas e para a sistematização de conhecimentos.
1.13.2 - PLANEJAMENTO: UNIDADES E PROJETOS
1.13.4 - Planejamento é a escolha dos métodos que serão utilizados para trabalhar os conteúdos. As unidades e projetos são formas bem parecidas de se trabalhar, mas diferem-se, pois os projetos possibilitam um maior envolvimento do aluno, uma participação mais ativa, e tem uma função social real, enquanto as unidades seguem mais um cronograma.
1.13.5 - O projeto é uma forma de trabalho em equipe que favorece a articulação entre os diferentes conteúdos da área de Ciências Naturais e desses com os de outras áreas do conhecimento e temas transversais.  Os projetos também precisam de planejamento para que o objetivo final seja alcançado, o PCN coloca as seguintes etapas de planejamento:a definição do tema; a escolha do problema principal que será alvo de investigação;
1.13.6 - O estabelecimento do conjunto de conteúdos necessários para que o estudante realize o tratamento do problema colocado; o estabelecimento das intenções educativas, ou objetivos que se pretende alcançar no projeto; a seleção de atividades para exploração e conclusão do tema; a previsão de modos de avaliação dos trabalhos e do próprio projeto.
1.13.7 - Atividade de sistematização tem por objetivo:
§  Reunir e organizar os dados; interpretá-los e responder o problema inicialmente proposto;
§  Organizar apresentações ao público interno e externo à classe.
1.14 - TEMAS DE TRABALHO E INTEGRAÇÃO DE CONTEÚDOS
1.14.1 - As tendências pedagógicas mais atuais de ensino de Ciências apontam para a valorização da vivência dos estudantes como critério para escolha de temas de trabalho e desenvolvimento de atividades.
1.14.2 - O estudo é discutir a intervenção do ser humano no controle e manejo da produção animal e vegetal, com uso de agrotóxicos, hormônios, controle biológico de pragas e uso de feromônios no controle de insetos, tema que, por sua extensão e relevância social, poderia constituir toda uma unidade ou um projeto de Ciências Naturais adequados para o ciclo final.
1.15 - PROBLEMATIZAÇÃO
1.15.1 - As vivências dos alunos são um ponto de partida para o desenvolvimento de alguns assuntos, mesmo que com explicações distintas ou conflitavas, esse método possibilita uma maior participação dos alunos, pois cada um pode ter uma visão ou conhecimento distinto do mesmo assunto, cabe ao professor, então, selecionar as vivências que remetem a conteúdos a serem trabalhados, e dar a eles explicações científicas, utilizando de questões que trarão benefícios ao aprendizado.
1.15.2 - A busca de informações em fontes variadas é procedimento importante para o ensino e aprendizagem de Ciências.
1.15.3 - Permitir ao estudante obter informações para a elaboração de suas ideias e atitudes, e é fundamental para o desenvolvimento de autonomia com relação à obtenção do conhecimento.
1.16 - OBSERVAÇÃO
1.16.1 - A observação é o mais geral e básico de todos os procedimentos em Ciências Naturais.
1.16.2 - Está presente em diferentes momentos, como nas comparações, nos trabalhos de campo, nas experimentações, ao assistir um vídeo, por exemplo.
1.16.3 - Para desenvolver a capacidade de observação dos estudantes é necessário, propor desafios que motivem os alunos a buscar os detalhes de determinados objetos, para que o mesmo objeto seja percebido de modo cada vez mais completo e diferente do modo habitual.
1.16.4 - Pode ser utilizado em comparações, nos trabalhos de campo, nas experimentações, ao assistir um vídeo e pode também ser feita de dois modos direto, ambientes, animais, plantas, máquinas, e indireto microscópio, telescópio, fotos, filmes, gravuras, gravações sonoras.
1.17 - EXPERIMENTAÇÃO
1.17.1 - É necessário que os alunos tenham um bom embasamento teórico, para que possam absorver o máximo de conhecimento possível, é fundamental queas atividades práticas tenham garantido o espaço de reflexão, desenvolvimento e construção de ideias, ao lado de conhecimentos de procedimentos e atitudes. Para que não se torne apenas uma manipulação de vidros.
1.17.2 - A observação é também parte inerente das experimentações, que permitem provocar, controlar e prever transformações. Conforme se discutiu na primeira parte deste documento, a experimentação não deve ser confundida com o conjunto de objetivos e métodos do ensino de Ciências Naturais. Sua prática não implica necessariamente melhoria do ensino de Ciências Naturais, tampouco é um critério indiscutível de verdade científica.
1.18 - TRABALHOS DE CAMPO
1.18.1 - Atualmente é impensável o desenvolvimento do ensino de Ciências de qualidade sem o planejamento de trabalhos de campo que sejam articulados às atividades de classe.
1.18.2 - Esses trabalhos contemplam visitas planejadas a ambientes naturais, a áreas de preservação ou conservação, áreas de produção primária (plantações) e indústrias, segundo os diferentes planos de ensino do professor.
1.18.3 - São visitas planejadas a ambientes naturais, a áreas de preservação ou conservação, áreas de produção primária (plantações) e indústrias, segundo os diferentes planos de ensino do professor, sem deixar de valorizar o próprio pátio da escola, a praça que muitas vezes está a poucas quadras da escola, as ruas da cidade, os quintais das casas, os terrenos baldios e outros espaços do ambiente urbano, como a zona comercial ou industrial da cidade.
1.18.4 - O desenvolvimento de atividades em espaços com essas características traz a vantagem de possibilitar ao estudante a percepção de que fenômenos e processos naturais estão presentes no ambiente como um todo, não apenas no que ingenuamente é chamado de natureza.
1.18.5 - Para que uma saída de campo traga resultados é preciso tomar alguns cuidados:
§  Os estudantes precisam sair a campo com uma base teórica do assunto para que possa relacionar com a prática;
§  Ser elaborado um roteiro prévio;
§  Fazer uma análise dos dados coletados
1.19 - TEXTOSO
1.19.1 - A seleção de textos pelo professor é fundamental, tendo claro que propósitos irão cumprir e de seu papel como crítico dos materiais escritos; não é por estar em um papel que todo texto está isento de erros e preconceitos.
1.19.2 - Em Ciências Naturais, oportunidades para ler, escrever e falar são momentos de estudo e elaboração de códigos de linguagem específicos do conhecimento científico.
1.19.3 - Os textos tem papel importante no desenvolvimento da leitura, da escrita e da fala, portanto a utilização de textos em aula não deve se restringir apenas a livros didáticos, e sim buscar textos variados, com temas diversos que desenvolva a crítica, a interpretação e produção de resumos.
1.20 - INFORMÁTICA
1.20.1 - O desenvolvimento científico e tecnológico das últimas décadas trouxe grande quantidade de informações de interesse para professores e estudantes e, ao mesmo tempo, produziu novos meios para obter, armazenar e processar grandes quantidades de informação, na forma de registros gráficos (como este texto), imagens (como as de fotografia ou animações) e som.
§  Possibilita a interatividade e troca de informações;
§  Dá acesso a inúmeras informações e várias formas de utilização;
§  Permite o conhecimento de trabalhos realizados em lugares distantes e diferentes;
§  Rapidez tanto no envio como no recebimento de informações;
§  Os computadores apenas ampliam as possibilidades de atuação dos estudantes e dos professores, sendo incapazes de substituí-los em suas tarefas básicas e essenciais, como, por exemplo, a de organizar critérios com os estudantes para que possam navegar com rumo em meio ao mar de informações.
1.21 - SISTEMATIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS
14.9.9.1 - É importante que o professor organize fechamentos ou sistematizações de conhecimentos, parciais e gerais, para cada tema trabalhado, A sistematização é momento privilegiado de comparação de conhecimentos prévios e construídos, a valorização e a crítica de todo o processo, sua ausência resulta em perda significativa para os estudantes.
1.21.2 - Ressalta-se mais uma vez a importância deste momento no processo de ensino e aprendizagem, pois sua ausência resulta em perda significativa para os estudantes.
1.21.3 - A sistematização é um momento privilegiado de comparação de conhecimentos prévios e construído, a valorização e a crítica de todo o processo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AULA NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL "NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO" - POMBAL-PB


PRODUÇÃO DE DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ's)

Reconhecida por ser criativa e dinâmica, as HQ's pode ser uma ferramenta extremamente útil para atividades em sala de aula no processo de ensino aprendizagem.


UM FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIA
UM RECURSO DE APRENDIZAGEM
UMA PASSEIRA POSSÍVEL
ESTIMULA A PRODUÇÃO DE TEXTOS PREENCHENDO BALÕES 

 


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Os conceitos de Saúde reprodutiva e Saúde. Qual a relação entre ambos?
Ao ler vários textos entendo por   Saúde Reprodutiva aquela que nos permite estar bem, se sentir bem com a nosso sistema reprodutor, ou seja, que possamos desfrutar de uma vida sexual boa, segura e livre para as nossas escolas.   Saúde é estar bem em todos os sentidos da vida, com uma auto-estima elevada, e não só a ausência de doenças. Ambas têm uma inter-relação em seus aspectos culturais, políticos, éticos e legais.

Como a descoberta dos agentes causadores de algumas doença impactaram sobre a forma como estas eram vistas e entendidas?
Sim, antigamente as pessoas não tinham respostas para muitas doenças e com o passar do tempo às novas tecnologias foram dando essas respostas e os impactos surgiram junto com o preconceito.
Exemplo disso foi a descoberta da AIDS, quem leu os livros, “AIDS, religiosidade e qualidade de vida: um olhar sobre as gestantes atendidas em um hospital público de João Pessoa” e o livro “Qualidade de vida e bem-estar espiritual em pessoas vivendo com HIV/AIDS”. Sabem muito bem os impactos que essa doença causou nos anos 80 e a falta de informação perante a sociedade que a cada dia tentava buscar um entendimento para tudo que estava surgindo na época, e que ninguém sabia explicar, pois até hoje muita gente é vitima. E os preconceituosos se apegaram ao fato da doença ter sido detectada inicialmente na comunidade homossexual como a peça que faltava para que o quebra-cabeça da condenação se completasse: a Aids foi taxada de castigo divino aos gays e seus hábitos sexuais promíscuos.


RESENHA da Obra de SANTOS, Saionara Ferreira Araújo dos. Qualidade de vida e bem-estar espiritual em pessoas vivendo com HIV/AIDS: revelando vulnerabilidades sob a luz da resiliência / Saionara Ferreira Araújo dos Santos, José Antônio Novaes da Silva. - João Pessoa: Editora da UFPB, 2013.


Leilany Campos Barreto
Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais - UAB virtual
leilanycampos@hotmail.com


QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR ESPIRITUAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS: revelando vulnerabilidades sob a luz da resiliência é uma obra rica em dados coletados no Serviço de Assistência Especializada – SAE, localizado no Hospital Universitário Lauro Wanderley, localizado no Campus I da Universidade Federal da Paraíba, município de João Pessoa – Paraíba. A mesma aponta e trás questionamentos que nos leva a refletir sobre o assunto. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ou sida, conhecida pela sigla inglesa aids (AcquiredImunodeficiencySyndrome), cada vez mais é considerada um grande problema de saúde pública no cenário mundial em face da sua gravidade e do seu caráter pandêmico.
Saionara contextualiza que a pessoa com AIDS apresenta reações emocionais em diferentes fases da evolução da doença. Inicialmente persiste uma crescente dúvida quanto ao diagnóstico da soropositividade, isso se relaciona às reflexões e busca de justificativas a comportamentos de risco e a negação da doença. O conhecimento do diagnóstico provoca um choque emocional que pode desencadear uma preocupação excessiva, e a dificuldade em compartilhar essa terrível informação, podendo ocasionar depressão e ansiedade diante da provável perda da autonomia, do futuro e da morte, e nesse momento muitos buscam apoio emocional nas suas crenças e ou religiões. Percebendo a religião, religiosidade e espiritualidade como objeto de inúmeros estudos, nas mais diferentes áreas, observo que na saúde é um aspecto importante e necessário, uma vez que o ser humano recorre a elas em busca de apoio diante das situações difíceis de serem vivenciadas. Portanto, o ser humano precisa ser percebido e cuidado como um ser integral, detentor de corpo, alma e espírito.
Através de vários estudos a autora mostra que a resiliência envolve fatores de risco e de proteção, pois a definição de resiliência, a partir da compreensão da interação do individuo com o seu ambiente, implica o entendimento dinâmico dos chamados fatores de risco e proteção. Os fatores de risco são os eventos de vida que, quando presentes, aumentam a probabilidade de o indivíduo apresentar problemas físicos, psicológicos e sociais.
A autora salienta também a dificuldade de entender a característica do resiliente, portanto, não é ser invulnerável às adversidades. Pelo contrário, o resiliente é alguém que sofre sim, que vive este sofrimento, que faz com que as experiências passem por dentro de si e o tornem mais forte, como o ouro depurado pelo fogo. A compreensão nos leva a entender que a resiliência o estudo das pessoas que se adaptam/superam as adversidades, e o coping o estudo das estratégias utilizadas pelas pessoas frente às adversidades, fica claro que ambos os conceitos estão intimamente correlacionados.
Saionara seleciona e pauta com muito cuidado varias dimensões como a introdução do conceito de qualidade de vida - QV como medida de desfecho em saúde surgiu a partir da década de 70, no contexto do progresso da medicina. Este trouxe um prolongamento na expectativa de vida, na medida em que doenças anteriormente letais (por exemplo: infecções, câncer, HIV/AIDS, entre outras) passaram a ser curáveis ou a ter, pelo menos, controle dos sintomas ou retardo no seu curso natural.  E permitindo assim que se visualizem os aspectos da vida das pessoas que estão tanto mais saudáveis quanto prejudicados. Faz-se necessária uma compreensão de qualidade de vida que harmonize a personalidade em sua subjetividade e, ao mesmo tempo, em relação ao seu ambiente e à sociedade, abrangendo, assim, a busca da pessoa pela satisfação das necessidades e dos desejos humanos, espirituais e morais.
No inicio de sua obra mostra que o vírus está em constante processo de multiplicação em todas as fases da infecção, incluindo a assintomática, o que vem a ocasionar uma diminuição da competência imunológica do paciente. Baseados em dados apresentados pela autora vimos que a dimensão espiritual tem sido considerada essencial para o conceito de saúde, bem-estar espiritual e qualidade de vida, principalmente para aqueles pacientes com diagnósticos potencialmente fatais, como é o caso do portador do HIV/AIDS.
Outra dimensão abordada por Saionara é que os sintomas do HIV/AIDS podem, às vezes, transcorrer meses ou anos para se manifestarem, o tempo médio de desenvolvimento dos sintomas tem sido de quatro a oito anos, tendo alguns casos que os sintomas só aparecem bem mais tarde, busca-se conhecer, compreender o que existe de diferente nessas pessoas, quais seriam os fatores de proteção que podem estar envolvidos? O que está envolvido quando situações de adversidade são vivenciadas e superadas pelos indivíduos? Poderia, então, a resiliência e a espiritualidade dos portadores de HIV/AIDS contribuírem para sua adesão ao tratamento e desta forma melhorarem a qualidade de vida? Alguns indivíduos possuem ou desenvolvem possíveis fatores de proteção no enfrentamento da infecção pelo HIV/AIDS e desta forma convivem com a patologia sem abandonar o tratamento, enfrentando o preconceito, estigmatizando, etc., cuja espiritualidade pode está presente, contribuindo para o desenvolvimento de respostas positivas por parte desses indivíduos, refletindo a realidade de alguns indivíduos portadores de HIV/AIDS que conseguem levar uma vida mais saudável, após o diagnóstico; ou de mulheres que estavam afastadas de tratamento e que o retornaram em virtude de uma gravidez.
A autora salienta que quando alguns dos direitos dos portadores do HIV/AIDS são violados, o que acontece em muitos casos, eles se sentem discriminados, abandonados, até mesmo nas suas escolhas religiosas, já que para muitos portadores, essa é a válvula de escape para suportar as inúmeras dificuldades do cotidiano, é o refugio para não perderem o elã pela vida, para continuarem buscando no seu intimo, a força e energia necessárias para superar as adversidades da vida, mais nem todos os portadores do HIV/AIDS tem essa propriedade, e é isso que buscam incessantemente, para desta forma melhorar a qualidade de vida e consequentemente o seu bem estar espiritual, levando a vida com mais prazer e otimismo.
Saionara nos mostra que para ter sucesso é necessário que o tratamento para HIV/AIDS, tenha uma boa adesão aos esquemas terapêuticos, afim de que estes sejam efetivos. Nesse contexto, o apoio social e familiar é um fator importante, já que a adesão pode exigir a reorganização da vida diária e até a revelação do soro-positividade às pessoas mais próximas e é nesses momentos que em alguns núcleos familiares os vínculos religiosos e espirituais são fortalecidos.
Outro aspecto segundo a autora da obra que temos que deter é a crescente incidência de casos de HIV/AIDS no sexo feminino é preocupante, repercutindo na feminização da AIDS, o aumento da vulnerabilidade feminina facilita a infecção pelo vírus e consequentemente o desenvolvimento da doença. Devido às mulheres geralmente se envolverem em relacionamento estáveis e com parceiros fixos, dá a elas uma certeza de proteção contra a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, nesse contexto, o uso do preservativo é um mero método contraceptivo, o que é o grande equivoco da maioria, elas se sentem “seguras” e quando são surpreendidos pela positividade da AIDS, seus mundos desmoronam.
A autora faz uma análise das falas dos protagonistas acima, sugere-se que os mesmos independentes da religião seguida, imaginam “Deus” como um ser que parece indissociável para os momentos de angústia, de desamparo, de prazer, embora se observe alguma diferença na intensidade desses discursos, quando além da fala, observa-se o sexo da pessoa entrevistada, nota-se que os discursos masculinos, trazem um Deus como um guia, enquanto que nos discursos femininos é visto com o Deus sem o qual não se é ninguém, o que nos sugere uma influência da categoria gênero.
Saionara salientar que o estado brasileiro é laico, e assegura a liberdade de crença religiosa a todos os seus habitantes; podemos confirma isso nas falas dos protagonistas do estudo no questionamento em foco, onde foram encontradas todas as religiões e credos; nelas podemos constatar que é notória a vinculação dos nossos protagonistas com relação à colaboração que suas religiões dão na aceitação e no enfrentamento de suas doenças. Através da religião, muitos procuram um “caminho” menos doloroso, mais fácil para encontrarem sua válvula de escape, “válvula” necessária a todo ser humano, onde podem descarregar todas as suas angustias, anseios, preocupações, na tentativa de não guardar tudo para si, não se fechar para o mundo carreado de “coisas” pesadas que o façam sofrer.
Ao longo da obra a autora nos coloca a pensar que o último século testemunhou o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ou AIDS (AcquiredImunode ficiencySyndrome), que pela sua gravidade e rápida incidência, passou a ser considerada um grande problema de saúde pública no cenário mundial. O surgimento da doença por estar inicialmente relacionada aos grupos de viciados em drogas, prostitutas e homossexuais, veio carregado de estigma, que perdura até os dias de hoje, mesmo com a mudança do perfil dos portadores. Assim, a convivência com uma doença incurável, o preconceito da família, dos amigos e da sociedade, passaram a fazer parte do cotidiano dos portadores do HIV/AIDS, vindo a ser fator agressor em potencial, que interferindo na qualidade de vida dos mesmos.
Nesta obra Saionara aponta que, 85% dos protagonistas eram do sexo masculino e 15% do sexo feminino, com idade em ambos os sexos variando entre 19 e acima de 60 anos. Observou-se ainda que, 50% de ambos os sexos eram casados. A grande predominância eram adeptos das religiões com raiz no cristianismo, sendo 45% de católicos e 21,67% de protestantes. A maioria dos entrevistados pertencia à raça negra, 59,1%, 17,8% se declararam analfabetos e/ou alfabetizados, pois independente da idade, sexo, raça ou religião, os portadores do HIV/AIDS reconheciam sua fragilidade diante da doença. Alguns referiram que seus filhos eram a única razão para continuarem lutando pela vida, outros seus deuses e ainda houve aqueles que reconheciam no próprio eu, o sentido para continuar vivendo.
Portanto Saionara ressaltar que, a abordagem quanto às questões vinculadas à religiosidade/espiritualidade contribuíram para a aproximação entre o pesquisador e o paciente, favorecendo assim o entendimento deste quanto à doença e facilitando as intervenções em saúde necessárias ao tratamento. Considera-se assim, a importância da equipe multiprofissional utilizar esta relação com o mundo divino, como forma de instrumentalizar a assistência, possibilitando uma relação de cuidar humanizado tanto aos portadores do HIV/AIDS quanto as suas famílias.

Porem, a autora ressalta que é possível melhorar essa realidade e que apesar da doença e dos problemas decorrentes dela, todo (a)s consideraram possuir uma boa qualidade de vida, e tentavam aprender a viver e a conviver com a doença, transformando o seu dia-a-dia em uma luta constante pelo respeito e pela dignidade. Considera-se assim, que todos conseguiram expressar e desenvolver a resiliência, característica peculiar daquelas pessoas que não desistem diante da luta, ao contrário, saem dela fortalecidos. Sendo assim, observa-se que a espiritualidade tem sido elemento essencial no enfrentamento da doença, e consequentemente na melhoria da condição de saúde.
RESENHA da Obra de SILVA, Mariani Oliveira e. AIDS, religiosidade e qualidade de vida: um olhar sobre as gestantes atendidas em um hospital público de João Pessoa-PB / Mariani Oliveira e Silva, José Antônio Novaes da Silva. João Pessoa: Editora da UFPB, 2013.


Leilany Campos Barreto
Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais - UFPB - UAB Virtual
leilanycampos@hotmail.com



AIDS, Religiosidade e Qualidade de Vida é uma obra de grande importância e com muitas informações coletadas em um Hospital Público de João Pessoa, mostrando questões da Síndrome da Imodeficiência Adquirida (HIV) e questões de sua rápida e devastadora trajetória, em pouco tempo que transformou todo panorama do mundo, afetando a vida de milhares de indivíduos em seus múltiplos espaços.
A autora contextualiza sua obra em diversas dimensões e mostram que a nos países desenvolvidos o perfil epidemiológico permanecia com o maior número de casos entre homens jovens, brancos e homossexuais, na África do Sul e na Nigéria isto ocorria entre homens e mulheres negros e heterossexuais. Havia, portanto, fortes indícios de que os acometidos pela doença eram uma ameaça em potencial e seriam estigmatizados, isolados e discriminados. Este apartamento das pessoas doentes foi veiculado pela mídia.
Mariani seleciona e conta que enquanto profissional integrante da Comissão Interinstitucional de Saúde para AIDS, durante as décadas de 80/90, ela observou o impacto provocado na vida das pessoas acometidas pela doença, não somente do ponto de vista da saúde, mas pela sua repercussão social. A discriminação; a morte social; o isolamento e o medo eram fenômenos comuns no âmbito da vida privada, social e da saúde, vindo despertar meu interesse em acompanhar com mais proximidade as mulheres negras grávidas portadoras do HIV/AIDS, por elas fazerem parte de um grupo de maior vulnerabilidade, e ser este um período de possível transmissibilidade da infecção para o bebê, deixando-as ainda mais fragilizadas.
Nessa obra, Mariani aponta de maneira sutil que o profissional da saúde necessita resinificar sua postura diante do ser humano portador do HIV/AIDS e que essa trajetória, especialmente durante a primeira década da epidemia, mostra que a percepção da vulnerabilidade das mulheres com relação ao novo advento foi desconsiderada por longo tempo tanto nas campanhas de prevenção da doença quanto nas metas governamentais de atenção à saúde. As primeiras informações sobre o HIV/AIDS passaram à falsa ideia de que a doença afetava apenas aos homens, contribuindo substancialmente para a expansão da AIDS neste segmento.
Para a autora a sociedade, desde tempos imemoriais delimitou os espaços que a mulher ocuparia na sociedade. Mais recentemente os diferentes espaços ocupados por homens e mulheres estão sendo analisado com base na categoria gênero o qual permite discutir os diferentes locais ocupados por estes protagonistas em uma sociedade, pois para que essa doença tenha controle é necessário que haja o envolvimento e o aconselhamento e a oferta do teste anti-HIV durante o pré-natal, asseguram a mulher o direito a informação e também o acesso a tratamentos e a utilização dos antirretrovirais, minimizando assim a possibilidade de transmissão do vírus para o feto e para que isso aconteça é preciso que seja reduzida a possibilidade do contágio vertical o uso dos antirretrovirais deve ocorrer a partir do primeiro trimestre da gestação e no momento do parto.
Outra questão abordada por Mariani é a vulnerabilidade que tem um conceito que está sendo utilizado desde os anos 90, quando se reflete sobre as ações voltadas para a prevenção de HIV/AIDS. As mulheres que mantêm um regime de conjugalidade demonstram conhecimento sobre o HIV/AIDS, são informadas sobre as praticas de prevenções adotadas, mas não se protegem no relacionamento conjugal por se sentirem seguras e confiantes com relação ao seu vínculo afetivo com seu parceiro.
Em sua pesquisa a autora também relata que estudos recentes comprovam uma maior vulnerabilidade da raça negra por conta de suas características peculiares e que a população negra no Brasil está submetida a padrões sociais e econômicos políticos e culturais que levam a uma inserção social desqualificada, desvalorizada, produzindo uma vulnerabilidade social destes protagonistas. Isso mostra que uma boa condição de vida proporciona uma maior ou menor incidência do HIV sobre a população negra, quando existe a dificuldade por parte da população afro descendente, com acesso aos meios de prevenção, tratamento, e controle da infecção tanto no aspecto individual quanto coletivo.
A autora também percebe em sua pesquisa que uma boa qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, a qual tenta aproximar o grau de satisfação encontrado pelo indivíduo com relação a sua vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Isto implica na capacidade de realizar uma síntese baseada nos valores ditados pela sociedade, ou seja, o que ela considera como sendo seu padrão de conforto e bem-estar. E essa qualidade de vida, como concepção universal, diz respeito à satisfação das necessidades humanas básicas: alimentação, acesso a água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer; condições materiais relativas de conforto, bem-estar e realização individual e coletiva.
Diante disso surge o conceito de qualidade de visa no âmbito das ciências humanas e biológicas, para que fossem valorizados parâmetros mais amplos, indo além do simples controle de sintomas, e voltando-se mais para questões como a diminuição da mortalidade e o aumento da expectativa de vida. E importante também salientar que as mulheres com HIV/AIDS devem ter acessibilidade aos serviços de saúde publica e que o ativismo político embasou a imediata reação de movimentos sociais frente à AIDS nos aspectos da atenção à saúde, prevenção e combate a situação de discriminação direcionada aos grupos mais susceptíveis e as pessoas vivendo com HIV /AIDS.
A autora menciona que desde os primórdios a religiosidade e a espiritualidade atual como aliadas, conferindo um suporte ás pessoas que estão vivenciando momentos difíceis, estes podem ir desde o desemprego, passando pela perda de pessoas afetivamente importantes, chegando até a convivência familiar/social com portadores desta patologia, até mesmo a aceitação do difícil diagnóstico de uma doença grave e estigmatizante.
Portanto, vê-se que o estudo realizado com mulheres grávidas e mães soropositivas e ou doentes de AIDS, constatou-se que o envolvimento religioso/religiosidade foi utilizado como fonte de apoio e esteve relacionado aos mecanismos de enfrentamento e apoio social. O impacto da soropositividade traz à luz a proximidade da morte, se contrapondo com a chegada de uma nova vida, envoltos pelo estigma e o preconceito que ainda permeia fortemente os acometidos por esta patologia.
Outra questão abordada por Mariani é que a representação de Deus para os portadores do HIV sugere-se que independente de corrente religiosa seguida, os depoimentos demonstram que o suporte dos irmãos/as de fé e, o envolvimento com a religião, quer seja direto ou indireto, fortalece, encoraja, dá forças para que a doença seja encarada, sem subterfúgios. E que a religião, a igreja, Deus são percebidos por estas gestantes como fonte de apoio em meio ao sofrimento/estresse/estigma que a doença carreia consigo. A fé em um Deus Supremo que está no controle de todas as coisas, engloba, na compreensão dessas mulheres, inclusive, a condição de estarem doentes, ao tempo em que lhes permite resignar-se diante de sua realidade.
No contexto da fé em um Deus Supremo Mariani aponta que as gestantes declaram a aceitação da doença como uma missão divina. Quando uma pessoa é portadora de uma doença grave em potencial como é o caso da AIDS, geralmente passa a refletir sobre sua vida e seus valores, buscando na condição de doente um significado para o sofrimento. Cada vez mais se certifica que a descoberta da doença leva algumas pessoas a se revoltarem contra Deus, contra os profissionais de saúde, contra a família, enfim, contra todos que os cerca. Por vezes, Deus é percebido por elas como um Deus punitivo, o que gera sentimentos de raiva, desprezo e incompreensão quanto à natureza divina, de amor e compaixão Sem o “suposto“ apoio de Deus, elas sentem-se sós, depressivas, e nesta condição, muitas vezes não conseguem vislumbrar uma expectativa de vida, um futuro promissor, e entregam-se sem luta, aos sofrimentos impostos pela doença, e por vezes a própria morte. 
Em um dos trechos citados na pesquisa da autora as gestantes relataram a necessidade de estarem unidas a uma divindade e ou a igreja para se sentirem protegidas, apoiadas. Na concepção delas, a divindade como ser superior é capaz de protegê-las e fortalecê-las para enfrentar a doença. A igreja, enquanto um agrupamento de pessoas que se unem em torno de uma mesma crença as apoia com orações e palavras de amor que estimulam a fé. A fé por sua vez, gera confiança, amparo conforto, proporcionado por um Deus amável, generoso e fiel.
Ao longo da obra a autora nos coloca diante de uma analise que, independente da idade, raça ou religião, as mulheres grávidas expostas ao HIV/AIDS reconheciam sua fragilidade diante da doença. Algumas referiram que seus filhos eram a única razão para continuarem lutando pela vida, outras se reportavam a fé como razão para sua existência.
Mariani comenta que todas as gestantes perceberam sua relação com o sagrado como o sentido de suas vidas e a força propulsora para enfrentar os momentos de estresse e dificuldade na vida e em especial diante da soropositividade. A aceitação diante da doença foi observada, sendo interpretada por algumas como castigo divino merecido, e por outras havia a não aceitação de tal condição.
A autora seleciona e pauta que o objetivo da obra foi abordar às questões vinculadas à religiosidade/qualidade de vida contribuiu para a aproximação do pesquisador ao tema, bem como conhecer a realidade do paciente soropositivo, quanto a sua esperança de vida, fé e superação favorecendo assim, melhor compreensão quanto ao alto cuidado, visitas aos serviços de saúde, adesão ao tratamento antiretroviral para si e seus filhos quando necessário garantindo uma maior sobrevida e consequente qualidade de vida individual e social e facilitando as intervenções de combate ao preconceito, estigma e descriminação dos portadores desta patologia.  Através de vários estudos vê-se que o trabalho multiprofissional e interdisciplinar é a mola propulsora para a atenção holística ao indivíduo. Para tanto é urgente à qualificação dos profissionais de saúde ao atendimento humanizado, acolhedor, integral, resolutivo e equânime, baseada nas necessidades individuais dos usuários e respeitando suas peculiaridades, princípios norteadores do SUS para todos os usuários bem como aos portadores/as do HIV/AIDS, abrangendo sua rede social, e seus familiares.

Porém, Mariani ressalta que, a abordagem quanto às questões vinculadas à religiosidade/qualidade de vida contribuíram para a aproximação do pesquisador ao tema, bem como conhecer a realidade do paciente soropositivo, quanto a sua esperança de vida, fé e superação favorecendo assim, melhor compreensão quanto ao auto cuidado, visitas aos serviços de saúde, adesão ao tratamento antiretroviral para si e seus filhos quando necessário garantindo uma maior sobrevida e consequente qualidade de vida individual e social e facilitando as intervenções de combate ao preconceito, estigma e descriminação dos portadores desta patologia.