AVALIAÇÃO
DA APRENDIZAGEM: UM NOVO PARADIGMA
O
professor precisa se convencer de que é um guia, um mediador, não um carrasco,
e ter humildade para admitir o que diz CARL
ROGERS: “Ninguém jamais ensinou nada a ninguém”. O aluno é o agente de sua
própria aprendizagem. Nenhum professor sabe tudo! Ele deve ser grato às
perguntas que o levam a descobrir as respostas juntamente com seus alunos.
O
ano escolar vai iniciar professor e é chegado o momento de rever a nossa
postura em sala de aula. O pouco conhecimento do processo de avaliação, a falta
do domínio da tecnologia do próprio instrumental, a utilização da avaliação
como um instrumento para o exercício do poder tem sido motivo de
questionamentos entre professores e especialistas.
SERÁ
QUE AVALIAMOS REALMENTE NOSSOS ALUNOS?
Por
que avaliar? Como avaliar? O que avaliar? Só o aluno precisa ser avaliado? E eu
como educador o que tenho feito para fazer uma auto avaliação da minha ação
docente? O aluno realmente tem maturidade e conhecimento do processo para
avaliar o professor? Que instrumental pode ser usado para coletar e registrar
informações? O que deve ser feito com as informações obtidas? Este é o momento
que você deve sentar com outros professores e discutir qual realmente foi sua postura
no ano anterior.
As
diferenças individuais se fazem presentes e se faz necessário averiguar em que
extensão cada indivíduo atingiu o objetivo estabelecido no início do
planejamento, tendo-se por parâmetro o próprio indivíduo, e não suas dimensões
em relação ao grupo. A interação do educando com o grupo é fator primordial
para que ocorra a aprendizagem. Não é fator preponderante, porém, para que se
estabeleça um prognóstico avaliativo, sendo mesmo condenável estabelecer
comparações do aluno com o grupo e não consigo próprio.
Então
professor, avaliação jamais deve ser um processo comparativo do aluno com outro
aluno. A avaliação é um processo individual e o crescimento do aluno deve sim,
ser comparado com ele mesmo dentro de um processo continuo dinâmico e
construtivo.
A
avaliação dos resultados imediatos da aprendizagem deve ser expressa segundo
nossa reflexão critica, por palavras que expressem amor, fé, incentivo,
coragem, e não rótulos, agressões , muros, grilhões, prisões que impeçam o
indivíduo de continuar aprendendo, criando, realizando, realizando-se.
A
verificação dos resultados se processará através do maior número possível de
testes, observações, registros, auto-avaliação, avaliação cooperativa, feedback
constante e tudo mais que ocorrer ao professor que possa permitir um domínio do
conhecimento pretendido.
Sempre
ao final de cada aula professor, de cada unidade, alunos devem perguntar: O que
aprendi hoje ou nesta semana? E o professor: O que ensinei? A partir das
respostas se constatará se houve caminhada ou se houve estacionamento. Creio
ser muito importante o professor se perguntar: Meu aluno aprendeu alguma coisa
de útil? Meu aluno acrescentou um conhecimento novo a sua vida? Eu mudei alguma
coisa? Meu aluno é capaz de mudar seu comportamento? Esse questionamento deve
ser feito a cada "agora" e, temos certeza, só assim estará havendo
investimento na educação para a vida, ou melhor, na vida.
O
professor precisa se convencer de que é um guia, um mediador, não um carrasco,
e ter humildade para admitir o que diz CARL ROGERS: "Ninguém jamais
ensinou nada a ninguém". O aluno é o agente de sua própria aprendizagem.
Nenhum professor sabe tudo! Ele deve ser grato às perguntas que o levam a
descobrir as respostas juntamente com seus alunos.
O
professor deve elogiar o aluno quando este estiver sucesso na aprendizagem, e
demonstrar interesse pelo aluno que não logrou êxito, incentivando e dando
liberdade para que com alternativas, buscar o resultado certo. Ao agir assim
estará demonstrando interesse pelo aluno, e isto o gratificará. Todos precisam
de alguém que demonstre interesse por eles e oportunidade para manifestar o
sentimento de realização. O acerto é importante, mas o erro também. Muitas
vezes aprendemos com os nossos erros. É preciso, no entanto, não cometer o
mesmo erro duas vezes. Precisamos tirar vantagem de nossos erros, mas para isso
é preciso estar livre para errar. O professor, marcando e criticando os erros,
só estará reforçando-os. Sugerimos que destaque apenas os acertos e dê
liberdade ao aluno de refazer as respostas em desacordo com os objetivos: só
haverá realmente progresso se o aluno vir os resultados de seus esforços.
É
preciso dizer menos a palavra NÃO em sala de aula. A autoimagem só será
melhorada se houver autoestima, se o professor orientar o aluno para que seus
esforços redundem em êxito. A reprovação constante é a responsável pelo
fracasso e evasão escolar. Nenhum grande cientista fez suas descobertas sem ter
antes fracassado em centenas, talvez milhares de experimentos.
É
preciso acreditar no potencial do aluno e dar-lhe liberdade para aprender. Se o
sábio italiano Galileu Galilei, no século XVI, desacreditado por seus colegas
da Universidade de Pisa, não os desafiasse deixando cair dois corpos da Torre
inclinada de Pisa, provando que uma pedra pesada e uma leve caíam no mesmo
intervalo de tempo, não teríamos o marco que deu inicio á física moderna.
É
preciso ter bem presente que problemas como dificuldade de aprendizagem,
assimilação de conteúdos, timidez, medo do professor, dos pais, insônia causada
pelos instrumentos de avaliação podem ser resolvidos se a linguagem da
comunicação, tanto do sucesso como do insucesso escolar, for adequadamente
usada. Não estou me referindo ao uso de pensamento positivo, embora não tenha
nada contra. Estou tentando enfatizar, isto sim, a necessidade de o educador
conhecer e utilizar uma tecnologia de comunicação capaz de resultados
condizentes com o seu comprometimento como profissional da educação. Há
professores que se orgulham de serem raladores.
Outros,
ao contrário de só atribuírem o grau máximo. Nenhuma das posições expressa a
realidade. Deveriam se orgulhar, isto sim, de serem humanos e competentes em
suas atribuições.
Enquanto
a avaliação permanecer atrelada a uma pedagogia ultrapassada, a desistência ao
estudo permanecerá, e o aluno, o cidadão, o povo brasileiro continuará escravo
de uma elite intelectual, voltada para os valores da matéria, a ditadura, fruto
de uma democracia opressora.